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sábado, 30 de outubro de 2010

A morte do tempo

Eu não sei quem corre,
se é eu ou a floresta.
As árvores me enganam
Com seus tamanhos colossais
E a minha miragem é
De que tudo está perto.
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Subi estupidamente uma escada
Para chegar às alturas.
Tudo era tão pequeno...
Para que mentir
A mim mesmo,
Impossível é enganar
O meu elo.
O elo que me levou
A amar.
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Não basta olhar
Para o tempo
E esquecê-lo.
Eu tenho que matá-lo,
Matar o tempo.
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Por isso as árvores
Me enganam
E as escadas parecem
Estúpidas.
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Matarei o tempo,
Criarei desenhos
E nos leves traços
Estará a minha marca...
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Ao mundo pensante
Darei um sonífero
Para que todos durmam
Por tempo indeterminado,
Pelo tempo morto.
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Eu matei o tempo,
Não,
Nós matamos o tempo,
Era necessário para sentir
O que nem todos sentem...
Matamos,
Desenhamos,
Dormiremos?
Manoel Vinícius Souza
(18/10/10)

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