Não sei quem tocará tambores
quando os meus olhos
direcionarem-se ao chão
e o mundo permanecer numa
intermitente ilusão.
__
Perderei meus olhos
mas não a minha boca!
Perderei a minha boca
mas não o meu amor!
__
Continuarei a ver a vida passar
na avenida
enquanto aceno
ao delírio mancomunado
na mais completa conspiração
da inspiração insólita e
torta dum esboço
de desenho duma parede
frágil
que a tinta há de quebrar
com um ritmo insolente
que irrita ao invadir
o espaço boçal dos pensamentos
e obriga a ciência a funcionar
num quebra-cabeças de
sentimentos que chegam
ao auge no pôr-do-sol
triste e sonolento
que face à investigação da lua
domina intolerante
o ciúmes da noite
sendo esta travessa-ciumenta
numa alta madrugada
bate à minha porta
obrigando-me pobre poeta
sem olhos
sem boca
sem alma
a retomar saudades
mergulhando em mar de certezas
onde meus braços
nitidamente cansados
levam-me
a morrer de amores.
Manoel Vinícius M. Souza
(01/12/10)
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