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quarta-feira, 7 de julho de 2010

O espelho de lembrança

Eu tenho medo de seus pensamentos,
tenho medo do impacto deles sobre mim
e de como eles me recobrem,
dominam e
me fazem pensar em ti.
Tudo em mim são
as virtudes de tê-la,
sou esse humano amando.
O que peço aos espelhos
é que me reflitam inteiramente humano.
Peço que construam a sua imagem,
deixo-me iludir, pois,
talvez o mundo dos contrários seja o meu ideal.
Tudo parece em preto e branco,
em contornos,
teu corpo delineado com a minha lembrança.
Cada traço,
cada marca,
cada ondulação.
Minhas mãos percorrem o espelho
e assim concluo com os
retoques finais.
A dimensão das cores preto e branca
ressaltam teus olhos,
aqueles mesmos que me fascinam
e me levam.
Deixa um brilho em seus lábios e
acentua o volume apaixonante de seus cabelos.
Cada milímetro do teu corpo
é a minha lembrança.
Que não faço esforço algum
para apagar.

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