Não tive
medos
E ainda não
os tenho.
No entanto
uma verdade
É capaz de
deixar resquícios de
Um medo que
nada
Mais é do
que a própria verdade,
Dolorosa,
Insensata e
Mais insana
que eu.
É mesmo
interessante
Quando se
descobre um medo.
Principalmente
quando este medo
Te leva ao
mais fundo do teu ser,
O mais fundo
de si,
Que toda
impiedade é
Posta a sua
frente
E friamente
o fogo
Consome cada
célula
Do corpo.
Como se estivesse olhando para
O Sol.
Frente a
frente com o astro
Ele me cega,
me atrai
E me devora
em chamas,
Passo
achá-lo lindo,
Porém,
doi...
A loucura de
uma alma em
Plena
dormência
É a saudade
que
Revela o
limite das palavras
Quando estas
não possuem
Os olhos
atentos,
Os ouvidos
tão recíprocos,
O sorriso
tão fotografado.
Não há em
mim o medo
Literal do
mundo,
Há apenas o
medo literal humano.
O
conhecimento do que sente
E do que se
faz sentir
É tão
assassino quanto uma
Mente sem
medos de matar.
Tantas
coisas são jogadas no
Lixo dos
meus pensamentos
E num
processo de alimentação
Das chamas,
que por vezes
É
inconsciente,
Tudo se
torna passível de
Incêndio
Até mesmo a
materialidade
Do que temos
por real.
Eu volto
sempre a ver o
Sol,
No entanto,
com a alma acordada
Para que não
somente os meus olhos
De mim sejam
os que enxergam,
mas o meu eu
vivo
veja o astro
rei,
veja o amor
me
consumindo,
queimando
cada entranha do meu corpo,
cada sopro
de pensamento
cada palavra
escrita,
cada palavra
dita,
cada verdade
em mim existente,
e não sobre
pó do que fui.
Nisso que
enxergo
eu possa
sempre ver
(mesmo
alimentando tais chamas)
os olhos
dela me consumindo,
o silêncio
da certeza de sua alma
pairando
sobre o ar
e o sorriso
roubado (ou não)
que vem de
um Sol
devorado
em suas
próprias chamas
perante a
aceitação de toda a
minha
existência e disso que me
faz existir.
Manoel
Vinícius M. Souza