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quinta-feira, 15 de março de 2012

Uma noite - conversa com a Lua

A lua me observa com
aquele olhar de interrogadora,
pergunta-me,
olhando fixamente,
o que faço nesta noite.
Disfarço a pergunta,
mas me inquieto,
ela lembra teus olhos.
Respondo, então,
de alma exposta,
que sou homem,
não mais garoto,
que se apaixonou pelo olhar
que ela tanto lembra;
que ando pela noite
inspirando compassos de uma dança
feita em sonho.
Devolvo, sereno, a pergunta,
o que, lua, fazes esta noite?
Ela me responde,
com um sorriso esperto,
lindo e sincero,
que está aqui para me observar,
à fim de sentir os olhos
de minha amada.

Após nossa breve conversa,
ela se esconde por entre nuvens,
para que eu,
íntimo,
envie meu beijo até você,
meu amor.


Manoel Vinícius Souza
14/03/2012

Dia da poesia

E a cidade dorme.
Só se ouve o som
dos grilos,
dos cães,
e dos carros em meio à rodovia.
No mais,
poucos se aventuram a vagar
pela noite,
apenas se ouve
os pensamentos nas casas,
as conversas sobre trabalho,
os namorados jurando amor eterno,
ideais sendo construídos
e uma ideia de ilusão.
A noite, portanto, é homogênea
em suas formas,
mas heterogênea em sua composição.

Meu amor é homogêneo
pela noite,
mas se diversifica,
de modo a me sentir incompleto
sem sua presença...

É o fim do dia da poesia
que se vai,
a inspiração que fica.

Manoel Vinícius Souza
14/03/2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

O poeta segue...


O poeta segue cantando
Aos ventos,
Aos mares
E ao fim da razão.

O poeta segue dançando
Sem tempo,
Ritmado,
Sem amarras.

O poeta segue andando
Por becos e esquinas.

O poeta segue a sonhar
Por entre os olhos da menina.

O poeta segue a catar
Palavras para a poesia.

O poeta segue...
Por aí...

 Manoel Vinícius Souza

Pra não pensar em futuro

Somos corpos mergulhados
num mar de palavras.
Caminhamos lentamente
para um jardim de futuros,
um labirinto de imaginação
à espera de acontecimentos.

Quando cansar de desenhar o futuro,
pegue as diversas folhas rabiscadas,
misture as cores e
concretize o presente.

Somos corpos mergulhados
em quadros de sentimentos.
Pintamos cada traço
de nosso espírito,
sonhadores,
sonhamos sem pressa
para acordar.

Tenho a sensação
de andar devagar em meio
ao Amor,
mas corro para um abraço
que não espero estar
longe.

Tenho a sensação
de embriaguez de abraços.
Deve se perder
em meus braços.

Somos corpos mergulhados
na certeza de que nunca
deverão andar só.

Andar sem cair
num futuro sem palavras,
num futuro onde a
saudade se faz por distâncias
menores,
numa avenida.

Sem andar só,
mas que só rabisque
os braços a sós,
embriagados só
na sensação
sem ter que acordar.

Manoel Vinícius Souza