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quarta-feira, 29 de setembro de 2010
implacável
O tempo é implacável
em sua ação.
O tempo pensa.
O tempo...
é minha criação.
Eu viajo mais rápido
que o tempo,
eu ando mais rápido
que o tempo...
Eu choro o que o
tempo não chora.
Eu apenas caminho...
Corro,
paro,
corro,
ando,
deito...
O pôr-do-sol
está mais afoito,
não sei o que o Sol procura e
do que se esconde.
Também não sei por onde
desvendar a Lua.
Muitas vezes estive cansado
e quis me esconder,
não escondi e deixei
o Sol se por.
Eu durmo imaginando
todas as faces.
Eu durmo já sonhando
pela noite
que não fala e só observa.
Queria estar num lugar
que o tempo não me dará.
Queria realmente estar no topo
da montanha
olhando o tempo passar,
olhando o apagar de todas as faces;
deitar no mundo imenso e
dormir.
Manoel Vinícius M. Souza
(22/09/10)
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
deserto
Percorro desertos presos em minha garganta
seus grãos, momentos esquecidos
dançam com a brisa que é o tempo
e formam novas dunas infinitas
Assim são os meus olhos
que velejam nesta realidade escaldante
Constroem vidas ao seu redor
que ao final do dia já não existem
O encontro entre o Sol e a Lua distancia-me
das impurezas do conviver.
E não me sinto grato...
Meus passos caminham entre estes grãos
impunes,
vaidosos.
Por isso, permaneço com os olhos fechados...
Ao longe, paixões entregadas deslizam nos contornos de areia...
me provocam... não posso conter...
Vejo meu reflexo oco
Fecundação de linhas que não acompanho
infecção inerte pela qual sucumbo
aguda,
entorpecida...
A Lua veste a máscara enevoada
nela vejo rugas
marcas do sorriso completo
e sua canção diz que já devo partir...
Deixo o deserto
com a minha cega lucidez
meu sangue apaga as palavras que foram formadas
Escamas antigas
tuteladas pela arte em
sentir-se ilusão
Converso com estrelas que me observam
sob uma calma incomum
Sua luz, dama enfraquecida
é vida e regresso...
Formam-se estrofes
atrofiadas...
Deixo o deserto
inválido,
Procuro uma nova vida
como uma reação auto-imune.
E agora...estou
À procura de novas trilhas
que não mostrem o meu sangue
e que não apaguem as palavras...
Gabriele Moraes
seus grãos, momentos esquecidos
dançam com a brisa que é o tempo
e formam novas dunas infinitas
Assim são os meus olhos
que velejam nesta realidade escaldante
Constroem vidas ao seu redor
que ao final do dia já não existem
O encontro entre o Sol e a Lua distancia-me
das impurezas do conviver.
E não me sinto grato...
Meus passos caminham entre estes grãos
impunes,
vaidosos.
Por isso, permaneço com os olhos fechados...
Ao longe, paixões entregadas deslizam nos contornos de areia...
me provocam... não posso conter...
Vejo meu reflexo oco
Fecundação de linhas que não acompanho
infecção inerte pela qual sucumbo
aguda,
entorpecida...
A Lua veste a máscara enevoada
nela vejo rugas
marcas do sorriso completo
e sua canção diz que já devo partir...
Deixo o deserto
com a minha cega lucidez
meu sangue apaga as palavras que foram formadas
Escamas antigas
tuteladas pela arte em
sentir-se ilusão
Converso com estrelas que me observam
sob uma calma incomum
Sua luz, dama enfraquecida
é vida e regresso...
Formam-se estrofes
atrofiadas...
Deixo o deserto
inválido,
Procuro uma nova vida
como uma reação auto-imune.
E agora...estou
À procura de novas trilhas
que não mostrem o meu sangue
e que não apaguem as palavras...
Gabriele Moraes
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Paredes
Há muitas coisas que deixo de dizer à todos,
e quem sabe,
sem que a noite procure misturar-se
com as paredes
eu possa enfim dizer
que estou a salvo.
______________________________________
Eu ando por aí,
sobre caminhos que até então
se pensavam desertos,
sem alguma alma viva.
Eu caminho,
nos dias de hoje,
observando cada rua
e muro.
Casas sem pessoas
que pensam morar por entre as paredes,
mas o que não sabem,
é que as paredes vivem nelas.
Intactas e pichadas.
_____________________________________
E cada rua que passo,
uma luz de poste acende
e apaga,
uma após a outra,
sem que eu perceba como,
as paredes se mesclam com o escuro da noite.
Se escondem e
só me resta uma única alternativa.
Fechar os olhos,
sentir meus passos
e pichar uma parede.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Sem título
Traga aqui o vinho
que da terra sai
e que pra terra volta morto.
Traga as ideias pensadas
Que nada significam
A não ser pensar
E pensar é cair no erro
E esquecer que nada de mais
Tem as flores
A não ser elas mesmas
Se eu contemplo a lua e converso
não é porquê quero que ela
Tenha algum sentido
Mas sim que o meu ser converse
E desmancha
Então peça ao mundo humano
Que não dono do mundo
Porque o mundo não dos homens
E muito menos de divindades
Na verdade é daquilo que ele quer ser
E morrerá
Talvez num futuro que não será calculado
E que espera existir
Manoel Vinícius Souza
(19/08/10)
À espera da existência
Mesmo que eu tenha
que esperar o céu azul
e o vai-e-vem do oceano,
eu estarei te olhando.
Observando o mundo,
cada mundo e
alma,
à espera da existência
dos espetáculos,
limpando as beiradas,
arrumando a cadeira
e continuar te olhando.
Manoel Vinícius Souza
(01/09/10)
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