Pesquisar este blog

domingo, 25 de dezembro de 2011

Brincadeira que sente saudade

Vem,
vamos brincar
de fazer poesia
levada numa canção
como numa canoa.

Vamos
nos esconder atrás
daquela árvore
cochichando aos nossos ouvidos
as pulsações de nossos corações.

Me olhe com
aquele sorriso roubado
como quem pensa
em como brincar
com o Amor.

Vem,
vamos de mãos dadas
mergulhar nessa brincadeira
e esquecer do ao redor
para viver essa nossa
poesia.


Manoel Vinícius Souza

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

XII

Crio sonhos,
metáforas,
pinturas e poesias.
Uma eterna inspiração,
um frenesi,
crio a arte.
Constituo os dons,
os tons,
a musicalidade,
mortalidade,
a liberdade.


Manoel Vinícius M. Souza

Brindes

Aos meus versos
uma mera tinta.
Um espelho
do meu Eu.
São meus versos
pretos, brancos,
símbolos, serenos.

Quero ver minha
imagem no espelho;
quero ver minha nudez.
Quero ver o plano de fundo,
quero ver aquele bosque.
Quero sentir o cheiro da paz
que advém do teu semblante,
daquele sorriso.

Entrego-me a maré,
mergulho nos mistérios,
desvendo a linha da surpresa,
rio do fato de que
não há surpresas,
pois, tudo já estava em mim
antes de meu conhecimento.

Um brinde ao que
chamamos de mistério,
às falsas surpresas,
à tudo que já nasceu em nós
e continuará.

Ao Amor,
a humanidade,
ao caos.

Manoel Vinícius Souza

Em doses

Sentamos a mesa
e nos observamos por
entre olhares difusos.
A profundidade fica em
nossos pensamentos numa
tempestade irracional.

Agora damos nossas mãos
e fazemos aquela oração
silenciosa para um
amor in natura.
Comeremos as nossas
palavras num grande
ritual sem metafísica.

Após saciarmos nossas virtudes
e verdades
brindaremos
com um copo aparentemente
vazio.
Nos embebedaremos com
essas doses de silêncio.


Manoel Vinícius M. Souza

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cúmplices

O que tem nesse espaço
em branco?


O que tem as tintas
que rabiscam palavras
espalhadas?


Onde você está
que não pixa seu
nome em minha poesia?


Segue por entre meus dedos
a espera de vermos
o  mundo no cume
de devaneios secretos.


Já te encontrei
conversando com minha poesia
em cumplicidade.
Vocês trocam segredos
para inventar
nossos dias.


Eu vou te esperar
pra conversar
as bobagens dos dias,
só pra esquecer dos tempos
e te acompanhar
nas brincadeiras da poesia.

Manoel Vinícius Souza

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

---

Deus sabe o porquê não escrevo

Porque me refaço de linhas tortas e

Ando por aí gozando das feiúras

Que me parecem tão belas



Minhas mãos caladas por agora

Gozam da vida plena

Duma liberdade desconhecida e incansável



Sinceramente eu acredito em poesia

Eu ainda acredito que ela esteja viva



Vivendo no meu lugar



Poesia boba, goza da minha liberdade

E foge da tinta



Mais do que transcrever: ser

Dá-me um sentimento inconsciente de felicidade estampada

De um riso incontido



Essas mãos caladas agora só servem para acalmar o choro

Segurar o rosto e sentir o gosto do beijo


Essas mãos agora rasgam o papel...



Acredito nas vontades minhas

no conhecimento de mim

porque deixo para que eu mesmo entenda

essas linhas tortas.



E sinceramente,


Deus sabe o que faz...



gabriele moraes

Liberdade

Minha liberdade plena,
meu refúgio.
Meu desejo inconsequente,
minha verdade onisciente.
Não tenho medo de
dizer-te o que sou,
o que sinto,
o que pressinto.
Não tenho máscaras,
sou assim,
rabiscos e
desordenados traços.
Caminho descompasso,
objetivo e complicado.
Sou isso que já conhece,
imagina e
desenha.


                                     Manoel Vinícius Souza

Porquês

Como um ensaio,
assim se faz a minha existência.

Já se indagou o
 por que te amo?

A resposta é simples,
é respondida quando
olho nos teus olhos,
te amo porque
quero te amar.

Te amo porque
sou livre contigo,
te amo porque
assim se faz a minha alma,
minha alma ama.

Saiba quando a noite
invadir a tua cama
e sentir a minha falta.

Saiba quando a lua
te observar como interrogadora
e questionar a tua
companhia,
saiba quando eu estiver contigo
e te beijar como se fôssemos
amantes de outras vidas...

Apenas saiba quando
ler esta mensagem e
amanhecer sorrindo,
forte pela certeza que
amo,
eis a questão,
você sempre saberá que te amo.

Manoel Vinícius Souza

Dê-me pôr-do-sol

Assim se põe o Sol
levando ao crepúsculo
uma alvorada de figuras e
de personagens.

O ser humano faz-se
como um poeta
a encontrar o seu
lugar,
a caçar espaços
entre abraços e
olhares.

Os sons que
se vão com
o fim do dia
deixam aos humanos
o pedido de que
voltem a amar.

Dê-me a imaginação
para trilhar por estes
versos
que constituem
movimentos espaçados
perante o chão
que me dá tempo
e desertor controle.

Dê-me os olhos abertos
para enveredar pela  noite
sonhos e confidências,
um pouco de consciência.

Assim se vai o Sol
no limite
para que possamos
fechar os olhos
no infame instante
em que se vai
até a chegada da noite.

Dê-me amor novamente,
pois é só um instante.

Cabemos nesse espaço de
momento,
é melhor não desviar
o olhar do lugar
numa nua alma.

Dê-me teus segredos,
dê-me teu íntimo
enquanto absorve essa poesia
como se estivesse com
fome de sensações,
como se pudesse
sentí-las e imaginá-las,
como se alimentasse
de canções.

Dê-me poesia e
amor
neste pôr-do-sol.

Dê-me os tracejos da noite...
Antes, por que
não ser esse
instante?


Manoel Vinícius Souza

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Manhã

Somos pela manhã
um projeto de poesia
delineada em metáforas
para representar o que
os sons das palavras
não conseguem gritar
pela alma.

Somos leitor e poeta,
figuras desenhadas
no fim de tarde
correndo por entre
as ruas
a traçar histórias
e melodias.

Somos silenciosos e
conspiradores como
a noite
que em segredo
evidencia maliciosamente
nossos planos.

Somos um desenho horizontal
como a madrugada,
contínua em insônia,
nem muito maléfica
e nem muito pacífica.

Somos uma viagem eterna,
uma espiral a
esperar pelo amanhecer.

Manoel Vinícius Souza

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Carta

Tentei escrever uma carta
para aliviar meus sentimentos,
porém a poesia
foi se delineando
como uma canção de saudade
escrita sempre nas cartas.

Desisti da carta
somente para eternizar
esta canção e
brincar de amar
com todas as certezas
que tenho.

Eu escrevi poesia
para falar de amor,
assim que terminei
joguei em direção ao Sol
para entregar
esta mensagem.

Manoel Vinícius Souza