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sábado, 5 de novembro de 2011

(En)Cenação das palavras

Libero estas palavras
em alta madrugada
para encobrir meus
pensamentos todos
que constroem
minha insônia.

É necessário
construir estes versos
na tentativa de que
em suas linhas brancas
saiam da alma
suspirante
os versos de amor.

Assim
como mancha de tinta
desenrolam aos olhos
diversas cenas
e paisagens
que tentam compor estes versos.

A princípio
a relva parece
um refúgio bucólico
dos sonhos de descanso
ao observar o
desabrochar da flor
assim como o amor
que desabrocha no peito
e faz sentir a terra
descalço
com os pés livres
a andar em direção ao
Sol que se põe
alaranjado no horizonte.

Num salto de frenesi
 admirável como se
observa a cidade
e os poucos sons dos
carros que se encontram
na madrugada.
São as paisagens noturnas
da decomposição do elemento
noite
que vêem no contorno
das árvores
a homogeneidade da existência
do concreto vivo e
da vida em si
uma mistura
dos prédios escuros
com as vidas nas ruas
e em seu interior
a insônia de
uma humanidade
quente
viva
com saudades dos sonhos e
do silêncio.

O mesmo silêncio
enche o quarto
de palavras que
depois de andar pelos
campos e pelas ruas
carreadas pelos ventos
e descansado nas
sombras noturnas das árvores
estacionam sobre
quatro paredes
como se quisessem
formar em seu fundo
branco
cenas de um filme
com sons e movimentos
dominam o concreto
até deixá-lo negro
e o poeta pergunta
quem és tu
que vagueia
desconhecido e inquieto
nesta escuridão noturna?

A alma da nudez
poética
observa
a mescla de paisagens
em um quadro
com figuras apenas
contornadas
sem arte de pintura alguma
são montanhas prédios
rios ruas
campos casas
bosques praças
pessoas e o vento
que em fortes riscos
completam o que
somente os olhos não
veriam
mas por onde descalço
andaria
acompanhado
na alma
a quem se ama
e o artista.

Quem és tu então
que encoberto pela
noite vagueia
por estas palavras?
Sou somente
a inspiração
que caminha
por estas linhas.

Manoel Vinícius M. Souza
04/10/2011



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